O cantor Antonio Horácio de Souza Bittencourt, 39 anos, sofreu um
acidente automobilístico na BR-287, região de São Pedro do Sul, na
última semana, e sobreviveu com fraturas após seu carro aquaplanar na
estrada e cair numa ribanceira com aproximadamente 30 metros.
O acidente aconteceu na manhã da terça-feira, 19 de novembro, e o
cantor só foi resgatado na quinta, 21/11, 44 horas após o acidente. Com
fraturas na coluna cervical e o deslocamento do fêmur da bacia, Antonio
não podia se mover para pedir socorro.
“Estava consciente o tempo todo, mas sentia uma dor muito profunda.
Ocorre que eu fraturei a cervical em dois lugares e o fêmur deslocou da
base da bacia. Não conseguia me mexer. Tentei abrir a janela da direita e
sair do carro, mas não consegui. Sentia as minhas pernas, mas não
conseguia me mover. Estava com o celular sem bateria. Acabou na segunda e
eu não carreguei. Assim fiquei os dois dias, sentado no lugar do
motorista, sem beber nem comer nada”, relata o cantor.
O carro parou num lugar que acumula água em dias de chuva, e o cantor
disse ter temido morrer afogado no local: “Chovia muito. A sorte é que
parou de chover na terça porque o local onde eu estava iria encher de
água e eu morreria afogado. A água já estava na altura da minha cintura
[...] Na madrugada de quarta para quinta, orei para o senhor. Conversei
com ele e disse: Só os seus olhos, Senhor podem me achar aqui. Me dê
forças para subir esta ribanceira. E foi assim que Ele me deu forças e
eu consegui subir. Quando cheguei na estrada, acenei para um carro que
estava passando, e um senhor de idade parou. Minha família foi contatada
e eu fui salvo”, testemunha Antonio.
Depois de ter sido socorrido e receber os atendimentos médicos
adequados, Antonio credita sua sobrevivência à ação divina: “Posso dizer
que nasci de novo. Agora estou aos cuidados dos homens, dos médicos.
Eles me disseram que, com uma lesão como a minha, no fêmur, não haveria
como subir 30 metros. Nesses dois dias, fiz uma retrospectiva da minha
vida, e dei muito mais valor às coisas que vivi aqui. Em nenhum momento
cheguei a me desesperar. Conversei muito com Deus. Disse ao Senhor que
os meus filhos não precisavam de mim porque são estruturados, mas que
minha missão era continuar. Se não fosse possível, iria em paz”, diz o
cantor.
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