Apesar de seu partido, o PR, fazer parte da coligação partidária que
irá apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador
evangélico Magno Malta lançou recentemente sua pré-candidatura à
presidência da República.
Aos 56 anos, o senador, que também é pastor e cantor gospel, tem se
destacado na política nacional por presidir as CPIs do Narcotráfico e da
Pedofilia, e também por defender de maneira ferrenha a redução da
maioridade penal. Em entrevista recente ao site Congresso em Foco, Malta
criticou a gestão do PT, e afirmou que o partido está tentando se
eternizar no poder.
- Quando tenta se perpetuar, vira ditadura. Porque a perpetuação te
dá toda a chance do mundo de aparelhar o país, e o país já tá
aparelhado. O país já tá aparelhado – afirmou Malta.
Durante a entrevista, o senador fez alguns elogios à gestão petista
do país, destacando a criação do Bolsa Família e os investimentos na
educação feitos através do Prouni e da criação de escolas técnicas. Ele
elogiou também a gestão anterior do PSDB, afirmando que o governo FHC
deixou como legado os fundamentos da economia que serviram de base para o
trabalho petista. Porém, ele criticou o PT afirmando que sua gestão
transformou a federação em “um monstro”.
- Mas, em compensação, a federação virou um monstro, que tem feito
dos municípios uns ratinhos – comentou o senador, fazendo um contraste
com os elogios tecidos à gestão petista.
- Quando o Palocci fez aquele superávit primário muito grande, com
juros altos e tal e tal e tal, acumulou e tinha espaço para fazer pacote
de bondades. E não existe mais espaço para isso. Estão dando máquinas
por aí. Está bom. Mas tem prefeito que nunca usou as máquinas porque não
tem dinheiro para botar combustível – completou, afirmando ainda que
“aquele vento bom de economia do período Lula passou”. E que “estamos
agora no limiar de um novo período de inflação”.
Malta criticou também a oposição feita pelo governo à redução
maioridade penal, considerada uma de suas principais bandeiras
ideológicas.
- Eles [o PT] não farão a redução da maioridade penal. Temos um motor
que acelera a violência em nosso país, e todo motor tem roda dentada. A
roda dentada mais importante é a questão da maioridade penal. Aí você
me pergunta. Vai acabar com a violência? Vai não. Mas vai desacelerar –
afirma o senador, afirmando ainda que não quer uma redução “pra inglês
ver”, mas sim que qualquer pessoa que cometa crime hediondo seja tratado
como maior de idade.
- Que qualquer cidadão que cometer crime com natureza hedionda seja
colocado na maioridade para pagar as penas da lei, independente de faixa
etária. Porque o crime não depende de faixa etária. Quem queima
jornalista dentro de um pneu com 12 anos vira general do crime – defende
o senador.
Comentando especificamente sobre sua pré-candidatura, Malta afirma
que seu partido “não tem projeto de poder” e faz parte da base do
governo. Porém ele afirma que quer ser candidato porque “a sociedade
civil está sofrendo” e “precisa ter uma voz que debata em favor dela”.
O senador falou ainda sobre o fato de ser criticado por ser
evangélico, e afirmou que os religiosos são uma parcela importante da
população, que trabalha em favor da família.
- Eu falo que muita gente debocha pelo fato de eu ser evangélico, e
evangélico neste país não faz outra coisa a não ser pedir a preservação
da família. É um povo que não vive produzindo boletim de ocorrência. É
um povo que não faz arruaça. É um povo que não vende armas, não vende
drogas, não faz nada disso e tal. Quer dizer, e aí não estou falando só
dos evangélicos, estou falando dos religiosos do Brasil – afirmou Magno
Malta.
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