terça-feira, 21 de outubro de 2014

Palavra de Deus para sua meditação

Lamentações – Capítulo 3

1 Eu sou o homem que viu a aflição causada pela vara do seu furor.   
2 Ele me guiou e me fez andar em trevas e não na luz.   
3 Deveras fez virar e revirar a sua mão contra mim o dia todo.   
4 Fez envelhecer a minha carne e a minha pele; quebrou-me os ossos.   
5 Levantou trincheiras contra mim, e me cercou de fel e trabalho.   
6 Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito.   
7 Cercou-me de uma sebe de modo que não posso sair; agravou os meus grilhões.   
8 Ainda quando grito e clamo por socorro, ele exclui a minha oração.   
9 Fechou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.   
10 Fez-se-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos.   
11 Desviou os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me desolado.   
12 Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha.   
13 Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava.   
14 Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo, e a sua canção o dia todo.   
15 Encheu-me de amarguras, fartou-me de absinto.   
16 Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me de cinza.   
17 Alongaste da paz a minha alma; esqueci-me do que seja a felicidade.   
18 Digo, pois: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no Senhor.   
19 Lembra-te da minha aflição e amargura, do absinto e do fel.   
20 Minha alma ainda os conserva na memória, e se abate dentro de mim.   
21 Torno a trazer isso à mente, portanto tenho esperança.   
22 A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim;   
23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.   
24 A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele.   
25 Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.   
26 Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.   
27 Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.   
28 Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs sobre ele.   
29 Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.   
30 Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.   
31 Pois o Senhor não rejeitará para sempre.   
32 Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a grandeza da sua misericordia.   
33 Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens.   
34 Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,   
35 perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo,   
36 subverter o homem no seu pleito, não são do agrado do senhor.   
37 Quem é aquele que manda, e assim acontece, sem que o Senhor o tenha ordenado?   
38 Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal como o bem?   
39 Por que se queixaria o homem vivente, o varão por causa do castigo dos seus pecados?   
40 Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los, e voltemos para o Senhor.   
41 Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus no céu dizendo;   
42 Nós transgredimos, e fomos rebeldes, e não perdoaste,   
43 Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não te apiedaste.   
44 Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração.   
45 Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.   
46 Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca.   
47 Temor e cova vieram sobre nós, assolação e destruição.   
48 Torrentes de águas correm dos meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.   
49 Os meus olhos derramam lágrimas, e não cessam, sem haver intermissão,   
50 até que o Senhor atente e veja desde o céu.   
51 Os meus olhos me afligem, por causa de todas as filhas da minha cidade.   
52 Como ave me caçaram os que, sem causa, são meus inimigos.   
53 Atiraram-me vivo na masmorra, e lançaram pedras sobre mim.   
54 Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado.   
55 Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra.   
56 Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor.   
57 Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.   
58 Pleiteaste, Senhor, a minha causa; remiste a minha vida.   
59 Viste, Senhor, a injustiça que sofri; julga tu a minha causa.   
60 Viste toda a sua vingança, todos os seus desígnios contra mim.   
61 Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os seus desígnios contra mim,   
62 os lábios e os pensamentos dos que se levantam contra mim o dia todo.   
63 Observa-os ao assentarem-se e ao levantarem-se; eu sou a sua canção.   
64 Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos.   
65 Tu lhes darás dureza de coração, maldição tua sobre eles.   
66 Na tua ira os perseguirás, e os destruirás de debaixo dos teus céus, ó Senhor. 

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