É possível ser íntegro vivendo em uma sociedade corrupta?
A
fidelidade é um apanágio do cristão, uma marca distintiva do crente. Num mundo
regido pela ética flácida e situacional, somos chamados a viver com integridade
inegociável, como luzeiros do mundo, andando de forma justa, sensata e piedosa.
Vamos examinar esse momentoso tema da integridade inegociável à luz da vida do
profeta Daniel.
1. Daniel, um
homem íntegro a despeito de um passado de dor
Muitas pessoas abrem a guarda, deixam brechas no escudo da fé e
transigem com os absolutos de Deus quando cruzam os vales sombrios da dor. Nem todos permanecem fiéis
quando são pressionados, provados e acuados pelas circunstâncias adversas.
Daniel constitui-se num monumento da graça de Deus a mostrar-nos que é
possível manter-se íntegro e fiel a despeito das provas mais amargas, do
sofrimento mais atroz. Daniel
foi arrancado de sua pátria, da sua cidade, da sua família e levado cativo para
uma nação estrangeira. Ele viu sua cidade ser saqueada e destruída por essa nação
amarga e impetuosa. Ele perdeu sua liberdade, sua família e seu nome. Os
caldeus só não puderam conquistar sua consciência nem assaltar a cidadela da
sua alma. Ele manteve-se íntegro no cativeiro. Ele não se entregou à amargura
nem se capitulou à idolatria babilônica. Mesmo sendo um adolescente, conservou
uma ética granítica; mesmo submetido a provas extremas, conservou sua
integridade inegociável.
2. Daniel, um
homem íntegro a despeito de um presente de oportunidades e riscos
Nabucodonosor, rei da Babilônia, investiu em Daniel e seus amigos,
matriculando-os na maior e mais conceituada Universidade daquele tempo,
dando-lhes bolsa integral, comida de graça da mesa real e ainda garantia de
emprego no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo.
Aos olhos desatentos seria essa uma oportunidade de ouro, uma bênção
singular. Mas, Daniel percebeu que para alcançar tão generosos favores
precisaria negociar a verdade, transigir com sua consciência e negar o seu Deus. Esse era um preço alto
demais e Daniel, com sabedoria, humildade e determinação recusou-se a
contaminar-se com as finas iguarias da mesa real. Ele percorreu
com desenvoltura os corredores da Universidade Babilônica, sem vender sua alma
ao diabo. Trocaram seu nome, mas não o seu coração. Daniel permaneceu íntegro a
despeito do meio corrupto.
Não é o ambiente que faz o homem, mas este aquele. O homem não é um produto do
meio. Aqueles que são transformados por Deus e vivem para a glória de Deus
podem brilhar na escuridão e manterem-se íntegros no meio da corrupção.
3. Daniel, um
homem íntegro a despeito de um futuro de glória
Depois de três anos intensivos, na Universidade da Babilônia, Daniel foi
submetido a exames meticulosos pelo próprio rei. Ele foi encontrado dez vezes mais
sábio do que seus pares. Imediatamente foi guindado à uma posição de honra no
reinado de Nabucodonosor. Agora, novos perigos estavam diante dele: não mais a
pobreza e a escravidão, mas a riqueza, o poder e a influência. Vivendo como
uma ilha de integridade e cercado por um mar revolto de corrupção Daniel não
abriu mão dos princípios de Deus que haviam regido a sua vida desde a infância.
Há muitos que pensam que o poder corrompe, mas o poder apenas revela os
corrompidos. A
corrupção não está no poder, mas no coração corrupto. É possível ser íntegro,
mesmo cruzando os corredores do poder, mesmo galgando as posições mais elevadas
no campo religioso, político e econômico.
Daniel foi um homem fiel a Deus na escravidão e na liberdade. Ele foi fiel a Deus na
pobreza e na riqueza. Foi fiel a Deus na juventude e na velhice. A Babilônia
caiu e um novo reino se levantou; o reino Medo-persa. Mas, Daniel continuou
incorruptível e impoluto no meio de uma geração degenerada.
A vida e o exemplo desse profeta, intercessor, político e estadista nos
prova que é possível ser um crente íntegro no meio de uma geração corrompida e
má. Que Deus
nos ajude a viver à altura desse insigne exemplo.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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